Doping chega aos campeonatos internacionais de videogames

O doping chegou aos campeonatos internacionais de videogame. É a revelação de um jovem americano que assumiu ter usado estimulantes numa competição serviu de alerta para entidades que organizam torneios. Agora vai ter exame antidoping para os competidores virtuais.

Pernas para suportar a velocidade. Músculos para resistir ao impacto. No esporte, o objetivo está sempre além do limite. E vira e mexe um herói se transforma em decepção envolvido com algum escândalo por uso de estimulantes proibidos. Só que o escândalo mais recente gira em torno de um jovem. Um esportista que quase não se mexe. Kori Friesen é um ciberatleta de uma equipe americana. Kori disse em uma entrevista na internet que participou de um campeonato de vídeo games usando um remédio indicado para quem sofre de distúrbios de atenção.






O repórter pergunta se todos na equipe usaram o medicamento. E ele responde que sim. Que era óbvio.

Os campeonatos de jogos eletrônicos atingiram uma dimensão muito próxima de esportes reais e populares. Os prêmios chegam a milhões de dólares e o público lota a arquibancada.

Estes jogos que estão nos grandes campeonatos são cheios de detalhes, de estratégias. E exigem muita concentração. O esporte eletrônico é mesmo um tipo parado. O jogador quase não movimenta o corpo durante a partida. Mas eles passam horas na frente do computador e a cabeça não para de trabalhar.

O nível das partidas exige cada vez mais dedicação dos ciberatletas. Depois do escândalo com o jogador americano, uma das ligas mais importantes de campeonatos de games decidiu que vai exigir exames antidoping. Uma equipe de Limeira, é a única brasileira classificada para o mundial de um game bem popular. Para isso, os cinco integrantes foram morar juntos em um centro de treinamento. O mais novo tem só 18 anos.

“O dia a dia deles é totalmente dedicado aos games. Eles passam cerca de seis a oito horas por dia treinando, jogando”, diz diretor da equipe Guilherme Fonte.

Campeões brasileiros, eles ganharam prêmio de R$ 55 mil além do salário que recebem do patrocinador. “Muita gente não conhece, não tem noção da dimensão que esse jogo tem, mas o nosso campeonato brasileiro de 2014 levou quase 10 mil pessoas ao Maracanãzinho”, diz o cyber atleta Daniel Dias.

E o Brasil ainda engatinha nos campeonatos de games. Por isso, Daniel acredita que aqui o doping é raro. “Ainda é bem difícil de ver essas coisas, mas acredito que mais para frente ainda possa aparecer sim”, acredita.



O medicamento citado pelo jogador americano é feito com anfetaminas e pode ser perigoso. “O paciente que começa a usar sem uma indicação médica pode ter problemas mais leves como ansiedade, agitação ou insônia. Ou até problemas mais graves como morte súbita cardíaca e até risco de suicídio em pessoas que já tenham um problema psiquiátrico”, afirma Luis Eduardo Belini, médico neurologista.

“Eu acho que isso não é só nos jogos eletrônicos, em outros esportes, isso não é restrito a só uma modalidade, eu acho que isso é mais da pessoa, então tem sim que ser mais regrado para ninguém ultrapassar ninguém, não ter jogo sujo”, conta Daniel Dias.

Fonte: G1 Globo
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